"Vai passar" não é apenas um mantra bobinho.
 
Muito se discute sobre a presença do mal no mundo. Argumentos de diversas perspectivas são apresentados para explicá-lo.
 
O fato é que o mal é uma realidade. A dor, o sofrimento, a angústia — todos são reais. Enfrentamos o luto. Passamos por períodos de lamento. Lidamos com as incertezas da vida.
 
Afirmar que "vai passar" é declarar que o mal é um problema temporal. Sim, somos criaturas limitadas pelo tempo. Mas também é reconhecer que há possibilidades além do aqui e agora — que existe algo eterno, supratemporal.
 
O mal é um problema temporal porque nossa perspectiva é temporalmente limitada.
 
Longe de querer desprezar a dor ou o sofrimento, mas… e se realmente houver uma eternidade? O que é o problema de hoje, seja ele qual for, comparado a ela?
 
Na matemática, há uma expressão chamada "medida desprezível", que define um valor considerado insignificante diante de outra grandeza. Usando a eternidade como referencial, o nosso tempo é uma medida desprezível — e, com ele, também o sofrimento, a dor e a angústia.
 
Mais uma vez: não se trata de ignorar essas coisas. Pelo contrário, se trata de enfrentar a dor com os olhos voltados para a esperança. É dizer "vai passar" com a convicção de que realmente passará — e não como uma mera positividade ingênua.